E que venham os PTQs Nagoya Selados – por Lucas “Bertu”

Apesar de os PTQs “irl” (magic de papel) de selado de Cicatrizes de Mirrodin já terem acabado, a Wizards anunciou que os PTQs para Nagoya no MOl serão intercalados entre Extended (11 PTQs) e Selado (5 PTQs).
Então eu queria aproveitar para falar sobre algumas coisas que eu aprendi sobre esse formato e sobre deck Selado em geral (o meu formato favorito diga-se de passagem), que poderão ser úteis para quem quer jogar os PTQs/PEs (Premier Events) do MOL ou, quem sabe, para quem vai jogar os pre-releases de Mirrodin Sitiada.
Eu me dediquei BASTANTE a entender esse Selado de Cicatrizes. Apesar de ter sofrido muito no começo (inclusive ganhando menos de 50% dos jogos), acabei fazendo  top8 nos PTQs do mol e do RJ, além de outros quatro top16.
Aliás, isso é bem normal: no começo de qualquer formato eu experimento coisas diferentes (normalmente sem sucesso) enquanto aprendo sobre o que funciona. Nas últimas 6 semanas da temporada, eu já estava com uma media de vitórias em torno de 75-80%, que é o ideal para quem quer ir bem em PTQs (mas ganhar ou não o PTQ é algo que depende da variância).
Mesmo com suas particularidades, Cicatrizes não foge das duas grandes regras do selado:
a) Bombas ganham jogos. Remoções lidam com bombas. Logo, o melhor jogador é quem sabe guardar as remoções para as bombas do adversário e, ao mesmo tempo, sabe forçar o oponente a gastar remoção em cartas irrelevantes para que suas bombas sobrevivam.
b) É vantajoso ter o deck um pouco mais devagar do que o oponente. Se o seu deck for muito mais devagar, você vai ser atropelado; mas se for só um pouco mais devagar, as suas cartas, em media, vão ter um impacto maior que as do oponente.  Exemplo: se o oponente gasta três manas pra fazer uma criatura 2/2, e você gasta quatro manas para fazer uma 3/3, ambos terão gasto uma carta, só que a sua posição na mesa será melhor. Mas, se o oponente fizer três criaturas 2/1 enquanto você tá com as suas três criaturas de 7 manas 5/5 na mão, você perde.
Tendo esses dois pontos em mente, gostaria de compartilhar algumas observações sobre o que eu aprendi de Cicatrizes, para, depois, falar as ideias que eu tive sobre o que fazer a respeito delas:
– Existem muitas bombas no formato, e todo mundo vai conseguir jogar com 3-6 bombas por deck. É normal alguém usar todas as cores em que vierem as bombas coloridas e completar o resto com artefatos, resultando em um número maior de bombas por deck que os outros formatos.
– Pelo mesmo motivo, a maioria dos decks terão acesso a muita remoção. Logo, a batalha de “remoção x bombas” é ainda mais importante do que em outros formatos.
– Não é possível usar cartas que dependem de metalcraft (Maestria com Metais) com menos de 15 artefatos no deck, sendo 17 o número ideal.
– Existem muitas cartas defensivas boas, e as criaturas de custo 1-3 geralmente são menores do que em outros formatos, tornando dificil fazer um bom deck agressivo.
– É muito difícil matar uma criatura colorida e/ou com resistência maior que 2.
– Os decks usam entre 18-20 fontes de mana (o normal sendo 16 lands e 3 myr) e, como não existe scry nem cycling, é normal floodarem.
– Não existem muitas fontes de card advantage ou de seleção de compras.

E as conclusões:

– É MUITO importante guardar remoção para as bombas do adversário, que com certeza vão aparecer.
– Por esse motivo, Turn to Slag é uma das melhores comuns da edição, pois mata quase todos os dragões.
– Você precisa aprender quais são todas as raras da edição, por que elas sempre vão aparecer.
– Como todo mundo flooda e todo mundo tem bomba, é melhor, na dúvida, não gastar um Shatter em um Myr ou você vai perder para aquela Steel Hellkite mais tarde (mas é claro que existem exceções).
– Se você tiver as cartas certas (Wall of Tanglecord, Necropede, Perilous Myr, Myrs em geral), é recomendável começar no draw.
– Se você não tiver como aproveitar os Myr no final do jogo (como equipamentos, por exemplo), pode valer a pena jogar com 17 lands e 0 Myr, ou 16 lands e 2 Myr, para floodar menos.
Turn Aside e counterspells são cartas boas por que trocam com remoção e bombas do adversário.
O modo que eu costumo montar meus decks é escolher as cores que me dêem o maior número de bombas ou remoções. Eu evito cartas que dependam de metalcraft para ser boas (como Auriok Sunchacer) a não ser que eu tenha 17 artefatos. Também evito criaturas 2/1 ou 2/2 sem evasão, dando preferência a criaturas que bloqueiem bem para que eu não tenha que gastar remoção com os bichos pequenos do oponente. Presto atenção para usar criaturas que voam ou criaturas de 4 ou 5 manas que causem impacto na mesa, por que são essas cartas que forçam o oponente a gastar remoções. Tento montar meu deck de um jeito que eu tenho o máximo valor de cartas que podem fazer papel de remoção ou bombas nas circuntâncias certas, como Prototype Portal, Turn Aside, Stoic Rebuttal e Tower of Calamities. Dessa forma, eu tenho mais “bombas” que o oponente.
Durante as partidas, eu jogo em volta de tudo o que for possível, incluindo fazer as cartas em ordem diferente para não tomar Arc Trail ou atacar com mais criaturas para não perder pra Dispense Justice. Tem muitas cartas que ganham jogos sozinhas no formato, então você deve procurar minimizar os riscos, quando der.
Se possível, uso alguma carta de late-late-late game para ter inevitabilidade. Também procuro ter meios de usar minha mana no late game, como Trigon ou Tower of Calamity.
Aliás, Tower of Calamity é a carta que mais me ganhou jogos no formato até hoje. Não que ela tenha alguma coisa de especial, mas é que eu geralmente monto o meu deck de um jeito que ela seja a melhor possível. Ela é o exemplo do que os meus decks procuram fazer.
É claro que isso é como eu “costumo” montar os decks, mas não é como eu “sempre” faço. Apesar da maioria dos pools permitirem isso, em Selado você está preso a sorte dos boosters que abre. Mesmo assim, você precisa entender como é a média dos decks para saber como se adaptar: por exemplo, em um PTQ eu joguei com todos os 2-drop que eu tinha, porque o meu pool não dava outro plano de jogo. Isso me permitiu levar vantagem da opção que a maioria das pessoas fazem de começar no draw.
A minha parte favorita do Selado é achar interações entre as suas cartas que você possa explorar, e Cicatrizes é um formato cheio de “combos” escondidos. Talvez por isso que eu ainda não tenha enjoado: sempre aparece alguma situação nova para explorar.
Neste domingo (16/1) haverá um PTQ Selado de Cicatrizes do MOL. Se a zica deixar, usarei o pool que eu abrir e os meus jogos como exemplos de como eu ganhei a minha vaga. : D
Abs,
bertu

3 Comentários on “E que venham os PTQs Nagoya Selados – por Lucas “Bertu””

  1. Shooter disse:

    Minha melhor rara no PTQ era um tower of calamities, bertu não poderia estar mais certo :)

  2. banlov0ed disse:

    bom artigo luquinhas.
    varios opps meus ja gastaram shatter/oxidda em bobagens e morreram pra bombas :)

  3. Thiago Lucena disse:

    Mto bom msm o artigo Bertu!


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